Nunca
foi tão fácil se comunicar em português em na "cidade luz". Com um número recorde de
brasileiros em férias em Paris o português está presente em grandes lojas,
muitos restaurantes e cafés têm cardápios traduzidos e mesmo hotéis de
categoria turística mantêm funcionários capazes de se comunicar no idioma.
O célebre hotel Lutetia, no bairro de
Saint-Germain-des-Prés, mantém um site com informações em português.
Outro retrato dos novos tempos é a disponibilidade das
casas de câmbio da cidade de aceitarem reais. A taxa média, contudo, costuma
ser bem acima da cotação official.
Em 2012, 630 mil brasileiros visitaram a cidade - 40 mil a
mais do que no ano anterior. Para o governo francês, países emergentes - como
Brasil e China - são o principal mercado em expansão para atrair visitantes.
Mimar visitantes brasileiros é um bom negócio. Em 2012,
eles deixaram US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2 bilhões) durante férias na França - um
recorde, segundo a Atout France
(versão francesa da Embratur).
Segundo Jean-Philippe Pérol, diretor para as Américas do
órgão, o perfil do turista brasileiro hoje é predominantemente de classe média
e, muitas vezes, só domina mesmo o português.
O
valor gasto pelos brasileiros em férias supera as receitas obtidas pela França
com vinhos, perfumes, helicópteros ou qualquer outro produto isolado da pauta
de exportações para o Brasil.
Embora ocupem apenas a 11ª colocação no ranking dos
visitantes estrangeiros, os brasileiros gastam, em média, US$ 200 por dia em
Paris - só ficando atrás de americanos, chineses e japoneses.
"O chinês economiza no hotel e na alimentação, mas não
poupa nas compras. Americanos e brasileiros ficam em hotéis confortáveis, comem
em bons restaurantes e também compram bem", explica Pérol.
Cadeias importantes de varejo francês - como as Galeries Lafayette e a Printemps - perceberam o fenômeno e
incorporaram às suas políticas a contratação de funcionários brasileiros,
portugueses ou franceses bilíngues.
Ao lado das compras, a cultura e os monumentos históricos
de Paris exercem um fascínio que leva à cidade 16 milhões de turistas por ano.
É impossível passar pela Torre Eiffel ou pela Catedral de Notre Dame sem encontrar grupos ou
famílias de brasileiros tirando fotos.
Catedral de Notre Dame |
O Louvre, o
maior museu da França, registrou um salto de 146% no número de visitantes
brasileiros em cinco anos (370 mil em 2012).
Diferentemente de museus como o MoMA de Nova York, o Louvre ainda não oferece a versão de áudio em
português da visita guiada às suas 35 mil obras.
Em tempos de austeridade, ainda não há data para realizar a
tradução do áudio sobre o acervo. Mas, segundo a direção do museu, houve
aumento da tiragem dos folhetos explicativos em português.
Algumas agências oferecem passeios pela cidade com guias
que falam português.
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