05 outubro 2013

Cânion do Rio Poti, mais uma maravilha brasileira

Ainda pouco conhecido e, portanto com o turismo pouco desenvolvido e sem controle, o Cânion do rio Poti, uma fenda geológica formada a mais de 400 milhões de anos que separa a Serra de Ibiapaba, é um desses lugares de rara beleza. A cerca de 230 km de Teresina, capital do estado do Piauí e localizado no município de Buriti dos Montes, o cânion tem duas estradas vicinais de melhor acesso, uma pela cidade de Castelo do Piauí e outra pela cidade de Juazeiro do Piauí, a partir da sede do município há uma estrada vicinal, porém só trafega camionetes.


Cânion do Rio Poti


A beleza e singularidade do Cânion do Poti já atrai ecoturistas e aventureiros de várias partes do país e inclusive do exterior. Todos interessados em desfrutar desta beleza selvagem em realizar pesquisar nas inscrições rupestres, bem como na fauna, na flora e nas suas características geológicas.

Cânion do Rio Poti

Com diferentes formações rochosas, o “cânion verde” na serra que o abriga e o “canelão”, onde o rio Poti corre pela garganta estreita entre os paredões que chegam a medir 60 metros de altura.
 As rochas são cheias de escavações feitas pela correnteza, originando estranhas e belas formas, chegando a formar cavernas e abrigos naturais, muito utilizados pelos pescadores locais.

Cânion do Rio Poti

O local, também conhecido como Boqueirão, serviu de corredor migratório para uma população de ameríndios, por isso algumas rochas possuem gravuras inscrições rupestres que tornaram o lugar um dos mais exuberantes parques arqueológicos do mundo e provavelmente o maior da América. Em 50 km de extensão há mais de 5 mil gravuras. Estas inscrições são diferentes das encontradas no Parque de Sete Cidades e no Sítio Arqueológico da Serra da Capivara, pois estas do Cânion do Poti foram esculpidas em baixo-relevo nas pedras das encostas. Toda esta preciosidade encontra-se ainda em fase de descoberta e estudo, a cargo dos pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Por enquanto o local é visitado apenas por pescadores, ecologistas e pesquisadores que enfrentam as rústicas trilhas de difícil acesso.



Furnas dos Pescadores, local ideal para um passeio de caiaque e de onde se pode admirar com calma a imensidão dos paredões do cânion.
No cânion, a Cachoeira da Lembrada, o maior acidente geográfico do rio Poti, possui várias corredeiras. O Poço do Canelão é o local ideal para quem gosta de aventuras como a prática de canoagem. São 5 km de extensão entre paredões e 15 metros de profundidade. A abundância de água se dá por conta dos 15 afluentes do rio Poti.

Cânion do Rio Poti, Cachoeira da Lembrada

O local é perfeito para a prática de turismo de aventura como rapel, canoagem, trecking etc.

O rio Poti, que nasce na Serra da Joaninha, no estado do Ceará, deveria seguir, naturalmente, para o litoral cearense, mas chegando a cidade de Buriti dos Montes, a 250 km de Teresina, ao encontrar a grande falha geológica conhecida como Lineamento Transbrasiliano, que corta o Brasil desde Sobral até o Mato Grosso, ocorrida a milhões de anos, atravessa a serra e segue para o estado do Piauí, finalmente desembocando no Rio Parnaíba, na Vila do Poti, já em Teresina.

A melhor época para visitar o cânion é entre julho e dezembro, após a temporada de chuva.

A região não conta com infraestrutura nem qualquer ponto de apoio, portanto, é preciso uma boa dose de aventura para curtir o cânion em toda sua simplicidade e exuberância. Barraca, mantimentos, água, equipamento se segurança e primeiros socorros são alguns dos itens que você tem que levar. 











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