Ainda
pouco conhecido e, portanto com o turismo pouco desenvolvido e sem controle, o Cânion
do rio Poti, uma fenda geológica formada a mais de 400 milhões de anos que
separa a Serra de Ibiapaba, é um desses lugares de rara beleza. A cerca de
230 km de Teresina, capital do estado do Piauí e localizado no município
de Buriti dos Montes, o cânion tem duas estradas vicinais de melhor acesso, uma
pela cidade de Castelo do Piauí e outra pela cidade de Juazeiro do Piauí, a
partir da sede do município há uma estrada vicinal, porém só trafega
camionetes.
A
beleza e singularidade do Cânion do Poti já atrai ecoturistas e aventureiros de
várias partes do país e inclusive do exterior. Todos interessados em desfrutar
desta beleza selvagem em realizar pesquisar nas inscrições rupestres, bem como na
fauna, na flora e nas suas características geológicas.
Com
diferentes formações rochosas, o “cânion verde” na serra que o abriga e o “canelão”,
onde o rio Poti corre pela garganta estreita entre os paredões que chegam a medir
60 metros de altura.
As rochas são cheias de escavações feitas pela
correnteza, originando estranhas e belas formas, chegando a formar cavernas e abrigos naturais, muito utilizados
pelos pescadores locais.
O
local, também conhecido como Boqueirão, serviu de corredor migratório para uma
população de ameríndios, por isso algumas rochas possuem gravuras inscrições
rupestres que tornaram o lugar um dos mais exuberantes parques arqueológicos do
mundo e provavelmente o maior da América. Em 50 km de extensão há mais de 5 mil
gravuras. Estas inscrições são diferentes das encontradas no Parque de Sete Cidades e no Sítio
Arqueológico da Serra da Capivara, pois estas do Cânion do Poti
foram esculpidas em baixo-relevo nas pedras das encostas. Toda esta
preciosidade encontra-se ainda em fase de descoberta e estudo, a cargo dos
pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Por enquanto o local é visitado
apenas por pescadores, ecologistas e pesquisadores que enfrentam as rústicas
trilhas de difícil acesso.
Furnas
dos Pescadores, local ideal para um passeio de caiaque e de onde se pode
admirar com calma a imensidão dos paredões do cânion.
No cânion,
a Cachoeira da Lembrada, o maior acidente geográfico do rio Poti, possui várias
corredeiras. O Poço do Canelão é o local ideal para quem gosta de
aventuras como a prática de canoagem. São 5 km de extensão entre paredões e 15
metros de profundidade. A abundância de água se dá por conta dos 15 afluentes
do rio Poti.
O
local é perfeito para a prática de turismo de aventura como rapel, canoagem,
trecking etc.
O rio
Poti, que nasce na Serra da Joaninha, no estado do Ceará, deveria seguir,
naturalmente, para o litoral cearense, mas chegando a cidade de Buriti dos
Montes, a 250 km de Teresina, ao encontrar a grande falha geológica conhecida
como Lineamento Transbrasiliano, que corta o Brasil desde Sobral até o Mato
Grosso, ocorrida a milhões de anos, atravessa a serra e segue para o estado do Piauí,
finalmente desembocando no Rio Parnaíba, na Vila do Poti, já em Teresina.
A
melhor época para visitar o cânion é entre julho e dezembro, após a temporada
de chuva.
A
região não conta com infraestrutura nem qualquer ponto de apoio, portanto, é
preciso uma boa dose de aventura para curtir o cânion em toda sua simplicidade
e exuberância. Barraca, mantimentos, água, equipamento se segurança e primeiros socorros são alguns dos itens que você tem que levar.
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