Nos primeiros anos da república, o sistema político pode ser classificado como uma autocracia, com o Doge (do latim dux, "chefe") como o governante absoluto República de Veneza. Seus atributos simbólicos eram ainda reminiscências do Império Bizantino.
Os venezianos sempre procuraram limitar o poder dos doges, através, por exemplo, do promissio ducalis - uma carta de princípios e promessas que deviam jurar na data de entrada em suas funções. O texto que foi fixado em 1172, quando foi eleito Enrico Dandolo, foi alvo de alterações em 1192 e 1229.
Em 1223, as famílias aristocráticas de Rialto diminuíram drasticamente os poderes do Doge, estabelecendo um conselho consultivo que seria depois chamado Quarantia (quarenta) e um supremo tribunal que seria depois chamado Signoria. Eles também criaram dois corpos chamados sapientes que seriam depois seis corpos. A combinação dos sapientes e outros grupos seria chamado de collegio, uma espécie de ministério encarregado das questões de governo.
A partir de 1229, ano da alteração do promissio ducalis, a eleição do doge ficou submetida ao exame do Celhos dos Cinco Correctores. Durante este período o Doge tinha pouco poder real, e a autoridade era na verdade exercida pelo Grande Conselho de Veneza, um corpo parlamentar extremamente limitado onde podiam participar apenas membros das grandes famílias aristocráticas da república. Veneza proclamava que seu governo era uma clássica república, porque era uma fusão das três formas presentes num governo misto: com o poder supremo no Doge, o aristocrático no senado, e o democrático no Grande Conselho.
A partir de 1501, a promissio foi lida todos os anos ao doge em funções. Em 1646, a dogeza (a mulher do doge) foi proibida à coroação. Durante o século XVII, os membros da família do doge estavam proibidos na magistratura e embaixadas venezianas.
O primeiro título de doge em Veneza foi dado no século IX como dux Veneciarum – chefe dos Venezianos, título que se manteve durante toda a existência do cargo. Do século IX ao século XII, os doges juntaram ao título os de:
- dux Croatorum - chefe dos Croatas
- dux Dalmatinorum - chefes dos Dálmatas
- totius Istriæ dominator - soberano de toda a Ístria
- dominator Marchiæ - soberano das Marcas
Traduzindo assim o domínio veneziano no mar Adriático.
Em 1095, o epitáfio do doge Vitale Faliero de' Doni proclamava-o rex et corrector legum – rei e promulgador das leis.
Enrico Dandolo, no fim do século XII, intitulava-se dominator quarte et dimidie partis totius Imperii Romanie – soberano de um quarto e meio de todo o Império Romano. O título prolongou-se até 1356 e foi abandonado por Giovanni Delfino.
Com a invasão de Napoleão Bonaparte, o último doge, Ludovioco Manin, abdicou em 12 de maio 1797.
O doge no século XVI |
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